terça-feira, fevereiro 28, 2006

 

Amo muito tudo isso!

Amo ser magra.
Amo me olhar no espelho em todas as posições possíveis, e não encontrar nenhuma dobrinha desanimadora.
Amo ouvir dizerem que estou só pele e osso, amo quando me chamam de "radiografia", amo quando alguém comenta que eu "estou sumindo".
Amo mais ainda aqueles que dizem que estou linda, que sou maravilhosa...Eles não conhecem os bastidores desse show.

Agora entendo o sofrimento e o esforço das "pró-Anas" e "pró-Mias" desse mundo... É como uma droga... Quem está de fora, pode achar que é uma estrada para a ruína...

Mas o barato é louco, e vale a pena.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

 

Estranhos prazeres

Tirei o dia pra extrapolar. Comi, comi, comi... comecei sem fome, com um pouco de nojo da comida, mas foi só começar pra não parar mais. Fiz pior: fui ao supermercado atrás de coisas ainda mais gordurosas, calóricas, açucaradas. Três sanduíches, goiabada, pururuca, Danoninho. "Não importa", pensei "Não estou precisando perder peso".

Mas, no fim de noite, na solidão do meu banheiro, miei tudo o que ainda havia no estômago. Só pelo prazer de miar. Não foi o alívio de quem se livrou das calorias, mas o alívio de simplesmente, poder recorrer ao meu maior vício.

Estou doente. Hoje eu sei disso.

domingo, fevereiro 26, 2006

 

Carnaval de Ilusões

Outro dia de dor e solidão.
Estou com fome, mas penso muitas vezes antes de comer algo que, com certeza, vai acabar na privada. A balança diz que emagreço cada dia mais e mais rapidamente, mas o espelho discorda. Diante desse fato, dessa imagem distorcida de mim mesma, cada vez mais percebo que não sei quem sou.
Penso em todos os momentos felizes que dividi com meu amor...Onde ele estará agora...Distante dos meus olhos, e tenho medo que seu coração esteja ainda mais distante de mim. A dor se torna insuportável. Onde foi que eu errei...

Nada pior do que sofrer procurando seus defeitos, quando o mundo não se cansa de dizer que você é perfeita. Nada pior do que ser perfeita para o mundo, e não ser para a única pessoa com quem você realmente se importa.

Quero muito morrer, mas não tenho coragem ainda. Brinco de cortar os pulsos, tomo doses altas de sonífero, rezando para não acordar. Mas as noites se transformam em dias, uma por uma, com promessas de esperança que nunca são cumpridas...

sábado, fevereiro 25, 2006

 
Eu nem sempre fui assim.

Lembro de todos os dias e noites em que passei trancada no quarto, o espelho quebrado, vítima inocente do único crime de ter-me dito a verdade, através do feio reflexo da gordinha loura, olhos molhados num rosto cheio de espinhas e frustração. Nessas horas eu sonhava ser o que sou agora, mas sem qualquer esperança de que um dia essa seria a realidade.
Hoje, vejo com nostalgia os registros da época em que meu espírito foi mais belo. Eu não sabia o que era felicidade. Tampouco sei hoje em dia. Rezo a Deus para trazer a mim a paz que eu não conheço.

 
Eu estou sozinha. Finalmente sozinha, após todos esses dias de festa, em que fui obrigada a sorrir, quando só queria chorar. Não há nada mais triste do que estar cercada de pessoas e sentir-se invisível, ainda quando se é o centro das atenções. Procurei consolo no fundo de todas as garrafas, para que pelo menos por um instante, eu pudesse ser uma comum entre tantos corpos jovens e bonitos, embriagados pela música e pelo êxtase de ser jovem. Mais uma tentativa frustrada de poder me sentir como todos pensam que me sinto.

Drogada, consegui adormecer.

 

Identidade...

Gosto daqui. Gosto do anonimato e do esquecimento, gosto de ser apenas letras, sentimentos, histórias. Ninguém me vê, ninguém sabe quem sou ao certo. O sincero seria confesssar que eu também não sei. Mas, se é necessário uma apresentação, aqui estou. Sem ficção, sem máscaras, sem mentiras.

Aqui onde ninguém pode ver meu corpo, minha alma se desnuda.

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