Catwalk to Hell

Gostaria de agradecer as visitas que recebi nesse blog... Apesar de tê-lo feito mais a título de desabafo que por qualquer outro motivo, é sempre bom saber que não se está falando sozinha.... A solidão, em minha vida, é uma hipocrisia.

Acabei registrando um e-mail/MSN para, quem sabe, poder compartilhar mais de perto algumas experiências... Não posso prometer que estarei sempre online, pois uso a Internet com menos freqüência do que parece...Mas, para quem quiser entrar em contato, aí está: catwalk2hell@hotmail.com

Quem sabe eu descubra, mais do que nunca, que não sou a única.

Acabou de acontecer uma coisa que me deixou meio...incomodada.
Embora eu tenha engordado um pouquinho, decidi parar de miar. Isso definitivamente não está me fazendo nada bem. Minha garganta dói, eu tenho cada vez mais tendência a ataques compulsivos... Não, não, prefiro simplesmente ficar sem comer. Não sei se é "menos pior", mas com certeza eu sinto meu corpo menos agredido...
Hoje, almocei pouco, decidida a manter no estômago tudo o que havia ingerido, mesmo não tendo sido a mais saudável e menos calórica das refeições. Azar meu. "Ajoelhou tem que rezar". Comeu, tem que digerir.

Mas uma meia hora depois, eu já não agüentava o peso no estômago... O enjoô... Fumei um cigarro, geralmente melhora... Mas só ficou pior... Meu corpo pedia pra miar, eu estava sentindo isso... Mas não podia, não devia... isso está acabando comigo...

Ajoelhei ao lado do vaso, e nem precisei de nenhuma ajuda. A comida saiu direto, junto com uma dor alucinante e um gosto amargo horrível.

Algumas "anas" e "mias" acham que isso é ter o controle. Eu também achava, mas agora, estou pensando o oposto.

Estou deixando a obsessão me controlar.

Esse fim de semana, comecei a sentir, pela primeira vez, os horrores da minha paranóia.

Na quinta-feira, acordei tonta, passando muito mal...Tive que tomar soro durante todo o dia. Não conseguia comer, nem ficar sem beber algo, pois minha garganta estava muito ressecada e doía, mas mesmo a água pura era pesada demais pra se manter no estômago...

Nos dias seguintes, cercada por pessoas o tempo todo, não pude evitar comer. Até me permiti uma extravagância: comer fast-food. Mas o peso da consciência , que decerto seria maior que o da balança, me forçou a miar...Só que dessa vez não foi só a comida que saiu, e sim sangue. Minha garganta doía muito.

Minha menstruação não desce há meses. Não pode ser gravidez. Devo estar anêmica. Penso se já não é hora de parar...


Mas os três quilos a mais na balança me forçam a seguir em frente.

Ontem, tive uma reunião informal com meu empresário. Como muitos outros big shots do mundo do entretenimento, ele é um homem de posses e vícios. Ele não é nenhum anjo, mas também não vou dizer que seja um mau-caráter: ele sabe o que quer, e o que ele quer é dinheiro e poder.
Gosto de tê-lo como empresário porque para ele, o que importa é que eu seja sempre bela e venda, venda, venda. Em sua companhia posso fumar quantos cigarros e tomar quantas e quais bebidas eu quiser. Poderia até consumir drogas em sua presença, drogas que ele bancaria - pois não está nem um pouco interessado em minha saúde ou estilo de vida. Contanto que eu permaneça bela. Se a cerveja me der barriga ou o cigarro me trouxer rugas precoces, ele simplesmente me substituirá- como a uma garrafa de cerveja vazia.

Sem hipocrisia, sem sofrimento. É isso que sou. Um copo/corpo vazio.